Boletim da Fipe levanta preocupações com envelhecimento da população brasileira
Em boletim divulgado pela Fipe sobre o último censo demográfico, a fundação levantou preocupações significativas sobre o impacto social e econômico do envelhecimento da popuplação brasileira. Segundo o censo, a população com 65+ saltou de 4% para 10,9% em 42 anos.
O recente boletim “Considerações Sobre o Censo Demográfico de 2022” trouxe à tona preocupações significativas em relação ao envelhecimento da população brasileira e seus potenciais impactos econômicos e sociais. Os dados apresentados revelam uma tendência clara de aceleração do envelhecimento populacional, com a participação de pessoas com 65 anos ou mais na população total saltando de 4% em 1980 para 10,9% em 2022. Esse aumento significativo, especialmente entre 2010 e 2022, levanta questões prementes sobre a sustentabilidade dos sistemas de previdência social e saúde, bem como sobre a necessidade de adaptação das políticas públicas para atender às demandas de uma população em processo acelerado de envelhecimento.
Os números também apontam para uma queda na participação do grupo etário de 0 a 14 anos, atingindo seu patamar mais baixo de todo o período de 1920 a 2022, o que sinaliza uma inversão demográfica em que a população de 60 anos ou mais pode ultrapassar o grupo etário de 0 a 14 anos na década de 2030. Além disso, a participação do grupo etário de 15 a 59 anos, que teve aumento entre 1960 e 2010, viu sua importância relativa na população total cair entre 2010 e 2022, indicando o fim do bônus demográfico no Brasil.
A análise regional dos dados também revela disparidades significativas, com regiões com maior participação de idosos apresentando uma relação mais elevada entre benefícios do INSS e população, enquanto as regiões com menor participação de idosos têm uma relação menos acentuada. Essa constatação ressalta a importância de considerar as disparidades regionais ao planejar políticas de previdência e assistência social.
Diante desse cenário, o boletim enfatiza a necessidade premente de planejamento de políticas públicas de médio e longo prazo para lidar com os impactos do envelhecimento populacional no financiamento da seguridade social. A adaptação das despesas previdenciárias, de saúde e assistência social a essa nova realidade demográfica é crucial para garantir a sustentabilidade e efetividade do sistema de proteção social no país.